Carros com personalização “camuflada” ditam moda no Brasil

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No Brasil, há muitos adeptos do Camo Look e os donos desse Gol G4, Passat Variant e Saveiro se uniram para chegar com armamento pesado no X-Treme Motorsports 2013. Trata-se de um trio de VW’s que remete ao mesmo assunto/tema, a camuflagem. Porém, existem grandes diferenças nos projetos além da cor base de cada um deles, com fundo verde selva, branco neve e cinza urbano. Os guerrilheiros rodam fora da capital de São Paulo — Jaú, Osasco e Marília, seguindo a ordem dos carros abaixo. Um dos donos, por exemplo, só encara carros com pintura e foge do envelopamento. Outro, roda na suspensão fixa, mesmo que o custo seja acabar com os pneus raspando direto nos paralamas. Por último, há o adepto das rodas escuras e sem tala. Bem-vindos a esta guerra de personalização!

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Fernando Torrezan é o comandante no batalhão da Alexandria Auto Center, em Marília (SP), e é entusiasta de mão cheia: monta carros para ele e para seus clientes. Ele já teve um Ford Fusion publicado há algumas edições da FULLPOWER, montado com rodas de Bentley e pregado no chão. Desta vez, ele ataca de Saveiro Trend 2012, comprada 0 km. Apesar do pouco tempo de uso, praticamente um ano, já teve vários sistemas de suspensão (fixa, rosca e agora ar), está no terceiro jogo de rodas e ganhou pintura camuflada após uma tentativa frustrada de envelopamento. “O carro veio de fábrica branco e deveria ser apenas um meio de transporte entre nosso depósito e loja. Porém, ao receber a picapinha zerada e sabendo que havia no estoque da loja molas esportivas e um jogo de Orbital 18” usadinho, não aguentamos e começamos os upgrades”, comenta Torrezan. Mas, essa primeira versão durou poucas semanas. “As Orbital não caíram bem. Encheram os paralamas, mas não era ‘a roda’ para a Saveiro. Tentei um envelopamento com película impressa para fazer uma divulgação da loja e trocamos as rodas por outras 18 polegadas, Infinity Blade (lembra uma BBS), e baixamos com um kit de suspensão de rosca Fênix. Já deu para ver a evolução e começar a fazer uma boa propaganda por onde o carro passava”, conta Fernando.

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Mas, com a convivência com tantos lançamentos e ligado em revista e sites brasileiros e gringos, Torrezan pegou a febre das BBS. “Recebi um jogo de 18 polegadas réplica no começo do ano que foi direto para o carro. Aí, apelamos e derrubamos no chão, voltando para fixa, e ela deixou de ser um carro de trabalho”, brincou. O retorno para a o conjunto fixo aconteceu devido à nossa legislação deficiente quando o assunto é suspensão (mas esperamos que isso melhore em breve, pois há empresas e profissionais dedicados a isso, inclusive aqui da FULLPOWER, em busca de leis mais abrangentes para quem gosta de rebaixados). “Prenderam o documento do carro, pois tinha suspensão regulável. Para ter a documentação em dia, retomei a fixa, porém, desta vez espancado no chão”. Depois de calçada e “fixada”, o primeiro teste de Camo Look, com película adesiva, agradou. “Usamos apenas uns pedaços de filme para fazer o camuflado em cima da pintura branca original. Ficou bom assim que o trabalho foi finalizado, mas já nos primeiros dias, as lavagens começaram a detonar a personalização”, segundo o especialista.

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Segundo Luiz “LuukFilm” Alemão, é possível um bom resultado apenas com adesivo, seja usando o fundo do carro ou envelopando o fundo da cor desejada para depois enfiar um camuflado. “O mais importante ao fazer o camuflado é pegar um bom profissional e usar material top, específico para carros, com cola à base d’água. É mais comum do que parece ver envelopamento com material arquitetônico, de prédios, ou vinil impresso para uso em parede. Isso reflete no acabamento até na remoção do material”, comenta Alemão.

Tchau, envelope!
Bastou uma experiência ruim e um desafio de três amigos de São Paulo para Torrezan partir para a pintura camuflada urbana na Trend. Num bate-papo “tranquilo” na capital, decidiu fazer o utilitário pintado e começou a recrutar a equipe. Um deles, o Erich “Tiozinho”, topou a parada e largou as responsabilidades em Sampa para se dedicar ao projeto em Marília. Antes do início, foi necessário um teste crucial: colocar as rodas 3SDM (modelo 0.05), inglesas, para ver se off-set e largura estavam ok. O jogo de rodas, exclusivo, veio em partes para o Brasil e chegou em cores diferentes: duas rodas brancas, duas prateadas. Fernando pintou tudo de um prata só e mandou ver nas quatro 5 x 100, aro 18, com tala 8,5” na frente e 9,5” na traseira!

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O trabalho de pintura foi muito mais lento do que um envelopamento. Desmontaram todo o carro, pintaram o fundo de cinza e esperaram secar para aplicar a primeira cor do camuflado (cinza escuro). Depois de secar, todo processo foi repetido para o preto. Então é envernizar e ir pro abraço. Parece simples, mas não é. Demora, exige técnica e paciência, além de investimento em material (primer, lixa, catalisador, tinta, verniz…). O tom cinza foi homenagem à polícia. Quando a Saveiro estava pronta, as rodas muito largas com pneus 18” stretch impediram a diversão: “ainda estava com a suspensão fixa e os pneus traseiros raspavam demais. Eu não queria cortar o carro, portanto, voltei para o sistema a ar e estou torcendo para a legislação ser mais parceira dos entusiastas e deste mercado enorme de acessórios. É preciso liberar sistema regulável, pois temos produtos excelentes, nacionais e importados, que certamente atenderão às exigências por aqui”, finaliza Torrezan, torcendo e com vontade de se dedicar a um mundo melhor da personalização brasileira.

 

Gol Power Camo

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Você acabou de conhecer uma Saveiro radical e praticamente irreversível em termos de personalização. Afinal, é pintada. Já este Gol Power, 1.6 8V, fabricado em 2008, adota outra linha: é 100% envelopado. Luiz Guilherme “Dentinho” ficou conhecido na internet em fotos e vídeos, pois é dono de um dos Gol mais baixos do país. Diariamente, roda raspando nas lombadas de Jaú (SP), detonando para-choques em valetas, mas felizão! “Já tive suspensão a ar, mas como é fora da lei e já passei por problemas técnicos, estou fiel aos conjuntos fixos. E tem que rodar baixo 100% do tempo”, conta ele.O ensaio fotográfico deste hatch foi até complicado para chegar à locação: curvas muito fechadas, estacionamentos e outros trechos se tornam grandes obstáculos ao rodar pregado. As rodas 18”, réplica de BBS RS, importadas pela Zetta (PR), e os pneus Nankang 205/35 pegam nos paralamas com força. Não se consegue dar uma volta toda no volante para direita, nem para a esquerda. Ou seja, entrar em uma vaga a 90o é missão quase impossível. Deve-se ir e vir diversas vezes até estacionar mesmo.

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Além de cuidar de paralamas, desviar de buracos para não amassar as rodas e fazer bolhas nos pneus, o envelopamento feito em poucos dias também exige atenção para não perder qualidade visual. Na hora de camuflar o carro, o time da Alexandria tinha duas opções: ou usar adesivo impresso já com a camuflagem e aplicar uma película transparente em cima para dar brilho e garantir durabilidade, ou fazer todo o fundo do tom desejado e depois colocar as “manchas” em cima. Eles escolheram a segunda opção. “Envelopamos em menos de dois dias e, com a película, conseguimos voltar ao original, todo branco, como o carro ficou conhecido pela internet”, conta Dentinho.

Sua paixão por carros baixos não o faz investir muito em performance, pois nem adiantaria ter uma usina sob o capô para rodar tão perto do chão e com pouco curso de suspensão. Os investimentos, além de focar o visual, foram também para o som, assim como acontece no Passat. Instalou DVD-player Double Din, amplificador e dois subs de 12” montados em uma caixa gigante no porta-malas.

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“Esse é meu terceiro Gol e as modificações não param por aqui. A facilidade do envelope vai nos permitir mudá-lo em breve, renovando-o e divulgando ainda mais nossa paixão”, finaliza o feliz proprietário.

 

Passat Variant malhação

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Um carro pode ser escolhido pela emoção ou necessidade. Para quem gosta de veículo modificado, isso pode ser um problema. Filipe Paris, de Osasco (SP), teve de abrir mão de seu Peugeot 307 CC, um belo cabriolet com pouco espaço para passageiros e bagagem, para sentar em um VW Passat Variant 2006 quando soube que a família esperava o segundo filho. Ele saiu do estilo jovenzão e curtição direto para um carro familiar, sem perder o gosto e atitude da personalização. Não é todo dia que você vê um pai com seus filhos montados numa station malhada como esta, certo? “A primeira decisão foi fácil. Como seria para rodar com toda a trupe, decidi que seria um turbo de fábrica e com espaço. Opções turbinadas de montadora não faltam. Com espaço para levar carrinhos de bebê, só se fosse station ou SUV”, comenta Paris. E ele ainda completa: “E tinha que caber no orçamento da casa. Então peguei a Passat usada, mas com motor bom, automática e um porta-malas gigantesco que nem sempre leva os equipamentos da família”, brinca.

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O proprietário se refere à pequena caixa que leva de vez em quando no compartimento de bagagens: a sonzeira bate forte com dois subwoofers de 15” da nacional Bravox e amplis da Stetsom, kits duas vias da Focal e unidade central Pioneer. “Em viagens mais longas, tiro tudo e deixo a caixa em casa”, contou. Mas, o sistema de suspensão fixa derrubou o VW no chão e isso não tem acordo em viagens. O carro é duro e baixo, mas no estilo que Paris gosta. As rodas Tsuya Nitroxx 20” rodam com pneus 225/30, também baixos demais. Tanto que já deixou o proprietário na mão graças às nossas ruas ridiculamente precárias. “Tive problemas com buraco se  emendas de ponte por andar baixo e com pneus de perfil reduzidos assim”, confessa.

Adepto da suspensão fixa, ele facilitou a personalização cortando as molas e preparando amortecedores. Caso tivesse adotado molas esportivas feitas especialmente para o carro, poderia ter se livrado de alguns problemas que enfrentou e teria mais curso e conforto, já que nas esportivas não se reduz tão drasticamente a altura.

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Lavou tá novo
O envelopamento do Passat foi feito na mesma linha do Gol, ou seja, recebeu o fundo branco para depois estampar as marcas que dariam o efeito camuflado. “Colar adesivo sobre adesivo, quando de qualidade, garante fácil remoção. Se o proprietário ou o instalador tiver cuidado, dá para tirar tranquilamente apenas as manchas que compõem o Camo Look e manter o fundo”, conta Luiz “LuukFilm” Agostinho.

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Para o dono do carro, em breve deve haver mudanças: “vamos tirar os adesivos cinza e preto e manter a base branca ou até pensar em um Camo Look novo, para 2014. A facilidade da película nos permite dar um ar novo à station conforme o desejo e ainda protege a pintura original. Dá vontade de mudar todos os meses”, fala Filipe, satisfeito por conseguir investir e se manter no meio dos modificados, mesmo com a família crescendo!

Texto: Redação
Fotos: João Mantovani

Redação
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