Família Baptista: sinônimo de vitórias e performance

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Verdadeiro amante de carros, eterno apaixonado pelo Ford Maverick, pioneiro na Arrancada, chefe de equipe em diversas modalidades e, perto dos 80 anos de idade, ainda na ativa, fechando alguns dos motores mais fortes do Brasil. Este é Luiz Francisco Baptista, ou “Seu Baptista”, um senhor tranquilo, de fala mansa, proprietário da AutoMotor, oficina instalada desde 1975 na zona oeste de São Paulo. Muito antes dessa data, no entanto, o paulista já era envolvido com carros e automobilismo. Começou em uma concessionária Willis, em 1963, depois foi para a Ford (onde ficou mais 11 anos), marca que veste a camisa, com amor.bap1Preparando seus famosos Maverick, tornou-se uma verdadeira lenda brasileira, com diversas conquistas e recordes, a maioria com o filho Fernando, o Batistinha, que só foi autorizado a competir depois dos 18 anos. Aos 13, 14 anos, quando começou a frequentar as corridas, quando o carro era empurrado até a bomba de combustível, ele ia no volante, com o carro desligado. Mas, nada de acelerar.Abre-baptistaNa época em que Fernando começou a se interessar pelo dia-a-dia da oficina, Seu Baptista já tinha grande bagagem em provas de circuito. Em 1973, montou seu primeiro carro de corrida, um Ford Galaxie. bap6Fez diversas provas de Mil Milhas como chefe de equipe e conquistou a quinta colocação na edição de 1987, com um Maverick preparado pela Auto Motor. Também nos anos 1980, foi campeão da categoria Turismo 5000 duas vezes, entre outras conquistas.bap2Em 1976, Batistinha ainda não era habilitado. Mesmo assim, ganhou do pai um Maverick “quatro cilindros” pertencente à escola de pilotagem de Expedito Marazzi, desmontado e com motor fundido. A oficina já tinha excelência em restauração, na época que os desfiles para os jurados eram feitos na Hípica Santo Amaro, cheios de glamour. Em duas semanas, o Maveco ostentava um V8 no cofre e aterrorizava os pegas da região, sempre com Batistinha ao volante, escondido do pai. Numa dessas saídas na surdina, seu Batista flagrou, a três quarteirões de distância, o bico do Ford para fora do estacionamento. Foi então que decidiu colocar o filho nas pistas de corrida.bap3Mas, para começar, nada de Maverick. Batistinha foi correr de Fusca, na categoria Speed. Os carros eram praticamente originais, apenas com santantônio e algumas modificações leves. Na primeira temporada, chegaram em segundo. Na seguinte, venceram. Fernando já queria acelerar um V8, mas Seu Baptista segurava a onda do garoto. Em um treino da Fórmula Classic, o piloto oficial da equipe, Fabio Greco, pediu que Batistinha desse algumas voltas para aquecer Mustang 1966. Seu Baptista relutou, mas deixou o filho pilotar. Algumas voltas viraram várias voltas e ele acabou competindo também na corrida.bap5Ao lado do filho, Seu Baptista participou de diversas categorias e saiu vitorioso em quase todas. Na famosa Subida da Montanha, tem o recorde com um Maverick feito especialmente para a prova. Ganharam diversas etapas de Speed, Fórmula Classic e até na Stock Car, quando Batistinha dividia o grid com Ingo Hoffmann, Wilson Fittipaldi e Fabio Sotto Maior, para citar apenas alguns exemplos.podiumNesta época, Seu Baptista arrumou um teste para o filho acelerar um Peugeot 406 de corrida. Sem atingir o limite do rotação de estabelecida pelo pai, Batistinha fez o tempo dos ponteiros. Nos boxes, o dono do carro (o argentino Edgard) perguntou a que rotação ele trocava as marchas. Ao ouvir a resposta, mandou colocar mais 500 rpm em cada uma e, se quebrasse, ele arcaria com o prejuízo. Após três voltas, era quase dois segundos mais rápido. O presidente da Peugeot, presente na prova, se impressionou e garantiu um carro novo e metade do investimento para entrar na temporada seguinte. Sem patrocínio e condições para bancar o restante da conta, perderam a chance para outra dupla de pai e filho: Galvão e Cacá Bueno.bap7Quando as provas de circuito entraram em decline, Seu Baptista entrou na Arrancada, quase sem querer. Na época, largava-se do S do Senna em direção ao Café, no sentido oposto da pista. A primeira vez que andou foi com uma Ford F-100, que só perdeu a última do mata-mata (como acontece no Rachão) para um concorrente equipado com óxido nitroso, verdadeira novidade na época. Decidiu, então, montar a preparação dos carros de circuito em um Maverick e foi um dos pioneiros da categoria Street da modalidade. Nas retas de São Paulo e Curitiba, venceu sete temporadas.bap4

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Se o final de semana reunia diversas modalidades, a chance de a equipe Auto Motor voltar para casa com troféu de todas era muito grande. Isso porque competiam na Speed 1600, Arrancada noturna, Classic e Grupo N. Daí a explicação para as prateleiras lotadas na oficina, onde fica o atual centro das atenções de Seu Baptista: o Maverick Força Livre. Depois de se decepcionar com constantes mudanças no regulamento da Arrancada, migrou novamente seus desenvolvimentos para a pista de circuito. O carro ficou com o recorde da Força Livre no autódromo de Interlagos, por bastante tempo, a frente de diversos protótipos esportivos modernos.bap10Seu Baptista dá crédito ao filho. O filho, ao pai. A verdade é que esta dupla vai ser vista por muito tempo em competições pelo Brasil, seja acelerando um Maverick ou Mustang em provas de circuito e Track Days, velocidade máxima… bap13

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Em breve, a nova geração também deve estar na ativa. Dos oito netos de Seu Baptista, alguns têm gasolina nas veias. O mais velho de Fernando, Igor Baptista, adora carros. Francisco Baptista, o caçula, não aceita outro presente senão brinquedos com rodas! O caminho a seguir eles têm. Difícil vai ser convencer o pai, Batistinha, a largar o cockpit para ficar do lado de fora, gerenciando e torcendo para os filhos na pista…bap11 bap12

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Arquivo FULLPOWER

Imagens João Mantovani/Arquivo pessoal

Redação
Redaçãohttps://www.revistafullpower.com.br
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