Toyota Supra recebe diversos upgrades para gerar 700 cv na Califórnia [TÚNEL DO TEMPO]

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Por: Eduardo Bernasconi / Fotos: João Mantovani

Os brasileiros fazem carros tão fortes quanto os gringos e isso não é de hoje. Aqui, na FULLPOWER, você já viu diversos carros brasileiros que não devem nada para os gringos. Mas, há sempre a curiosidade: entre americanos, australianos e japoneses, quem tira suas cartas da manga para fazer jatos de rua mais fortes?

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Ao rodar neste modelo, pelo menos um fato fica claro: os americanos têm mais consciência e montam um carro para uma determinada finalidade, seja para uso urbano ou na pista. Conhecendo o desejo de Ashkan Tahvildaran, de apenas 22 anos, proprietário deste Supra e funcionário da Five Axis (especializada em modificar Toyota, Lexus e Scion), os preparadores da Dyno Extreme, na Califórnia, sabiam o que instalar. O primeiro passo foi buscar um kit Greddy para eliminar as duas turbinas minúsculas de fábrica e instalar um componente de maiores dimensões. O seis cilindros em linha (código 2JZ-GTE), 3,0 litros, saía da linha de montagem com 320 cv. No Brasil, o Supra chegava apenas por revendas independentes e é possível encontrar algumas dessas máquinas em sites e eventos.

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O objetivo de Ashkan para seu jato urbano era cerca de 700 cv, um custo que um mortal pudesse pagar para a construção e comportamento de veículo para usar diariamente. Entre as opções da Greedy estava um kit com turbo T78, com mangueiras de silicone, down pipe, coletor de escape, wastegate Type R, abraçadeiras, filtro de ar, tubulação e intercooler, juntas… É um monte de peças!

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O kit comprovou, na prática, seu bom funcionamento. A injeção AEM, perfeitamente calibrada para rodar com gasolina com mais de 100 octanas (acima da nossa Podium), e o tamanho do turbo ficaram bons para rodar calmamente pelas praias da Califa ou para fincar o pé em locais seguros. Intermediário para esse seis cilindros, o T78 satisfaz aos mais ecléticos e não aos que desejam ingressar no glamouroso mundo dos motores de quatro dígitos, com mais de 1.000 cv. Com 1,2 kg de pressão, o desempenho é convencional até as 3.000 rpm: roda-se com mais vácuo do que pressão, como praticamente todos os turbinados.

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A partir daí, o T78 começa a soprar e garante bom rendimento até pouco mais de 7.000 giros. Ao acionar o booster GReddy, são praticamente 2,0 kg e uma ventania danada, que exigirá muito combustível para ser queimada. Para enganar o lag do turbo, algumas manhas, como deixá-lo carregado e segurando no freio de mão, poderão lançá-lo à frente de muitos carros com mais potência.

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E há outro problema com esses Toyota fortões: o lendário 2JZ é animal, mas o carro não sai de fábrica para se comportar com o dobro, triplo ou o quádruplo da cavalaria. “Foi preciso mexer muito no chão para o comportamento ficar ameno. Mesmo com adoção do kit Tein de suspensão tipo coilover e barras estabilizadoras mais saradas, o conjunto melhorou muito, mas ainda não permite abusos. Se passar do ponto, vai ser difícil corrigir. Os freios também serão alterados. Depois dessas fotos, vou dar um pulo na oficina de um amigo e colocar pinças de seis pistões na dianteira. Os discos especiais já dão conta do recado, mas preciso de pinças mais eficientes”, contou Geoff Curtis, um dos responsáveis pela montagem do Supra.

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Com seis marchas originais, a transmissão recebeu apenas uma alavanca de engates rápidos, de alumínio. A embreagem multidisco é malvada também, daquelas que, se pegar um trânsito, o carro treme inteiro a cada saída e a perna esquerda vai sofrer com o curso curto e pesado. Como Ashkan trabalha na Five Axis e conhece muita gente do mercado, teve acesso à rodas Volk, aro 18”, ultraleves e belíssimas. Calçadas com pneus Hankook, o conjunto agrada, mas quando o turbo enche, é um tal de lixa daqui, lixa de lá… Feio de se ver. Ou melhor: lindo de se ver!
O trabalho específico de Geoff foi desmontar todos os componentes tuning que existiam na carroceria, como aerofólio gigante, saias laterais, portas do tipo lambo doors, para-choques cheios de apêndices aerodinâmicos, além de inserir o preto fosco na pintura. A estrutura da Five Axis ajudou na hora de pintar, pois não é daqueles foscos que riscam ou ficam ásperos. É liso e muito bem acabado. Ele ainda instalou componentes como o capô de fibra de carbono, material empregado também na tampa traseira.

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Sorte dele que internamente não havia — e continua não havendo — muitos equipamentos. Além de dois bancos concha Sparco, reclináveis, há somente o necessário para quem gosta de carros de verdade. O banco traseiro foi parar naquele depósito etiquetado “lixo”, assim como outros detalhes de acabamento que não fariam diferença alguma. Há um som apenas para constar e uma bancada de instrumentos GReddy e Defi monitoram o funcionamento do Mk4 no melhor estilo Gotham City.

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Moral da história: os gringos fazem carros como os profissionais brasileiros, entretanto, lá fora, eles têm mais estrutura. Além disso, uma boa conversa com o proprietário e a definição de objetivos reais para o projeto ajudam no resultado e na satisfação de todos. Isso eles estão um pouco à frente. Mas, nós vamos buscar!

Redação
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