SUV ou não, Renault Kwid chega barato e com potencial pra mexer

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Já está nas concessionárias da Renault o lançamento mais importante da marca no ano: o Kwid, aquele compacto polêmico que os caras tentam emplacar como um SUV. Se ele é ou não, você que pode dizer, já que aparentemente não existe um consenso pra determinar o que é um utilitário esportivo.

Os argumentos da Renault são inegáveis: o carrinho tem 18 cm de vão livre do solo (mais do que os 17,7 cm do Honda HR-V), e 24º de ângulo de ataque e 40º de saída (no Jeep Renegade estes números são 20,4º e 29,4º, respectivamente). Com essas credenciais, o Inmetro comprou a ideia e classificou o Kwid como SUV. Mas, como disse, essa definição é no mínimo flexível, e o que importa mesmo para o público-alvo do compacto – pelo menos segundo a Renault – é a posição elevada de dirigir que dá maior sensação de segurança.

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Pra gente aqui da FULLPOWER essa discussão é secundária, porque com essas caixas de rodas grandes para um carro do porte dele, já dá para imaginar o Kwid com umas rodinhas maiores. Até umas 17 polegadas cabem, sem precisar de muita gambiarra pra adaptar o diâmetro de giro (de bons 10 m). E se você tá preocupado com a furação heterodoxa 3×100 que a Renault ressuscitou nele, saiba que existem adaptadores pra transformá-la facilmente em 4×100, além da opção de rodas sob medida, que você pode encomendar com a furação de fábrica (algumas fábricas nacionais aceitam pedidos sob encomenda).

E se tem espaço pras rodas, também tem pra rebaixar o compacto. Medindo 1,47 m, o Kwid é alto e tem a mesma distância entre-eixos do VW up!, de 2,42 m, com balanços bem curtos. Com um setup mais baixo de molas e amortecedores (a suspensão é McPherson na frente e eixo de torção atrás) dá pra deixar o carrinho mais divertido de guiar. Só a direção elétrica vai destoar um pouco, dependendo da proposta da preparação, porque ela é bem levinha pra facilitar o dia-a-dia e durante o test drive urbano de lançamento do carro não deu para avaliar sua rigidez em velocidades mais altas (os engenheiros afirmam que ela é progressiva, fica mais firme quando o carro está veloz).

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Falando em velocidade, o motor 1.0 SCe do Kwid é completamente racional com seus 70 cv a 5.500 rpm (66 cv com gasolina) e 9,8 kgfm de torque a 4.250 rpm (9,4 kgfm com gasolina). A distribuição do torque é inteligente, deixa o carro espertinho e ágil antes das 3.000 rpm, muito bom para a vida na cidade. O que incomoda é a aspereza e vibração do seu comportamento, por ser tricilíndrico e contar com comando por corrente (o bloco é feito de alumínio). Quanto ao consumo, ele é nota A no Inmetro, com médias de 15,2 km/l com gasolina e 10,5 km/l com etanol, em percurso misto de cidade e rodovia.

De acordo com a fabricante, do jeito que ele está, o sub-compacto atinge os 100 km/h em 14,7 segundos, enquanto o up! MPI cumpre a prova em menos de 13 segundos, com seus 82 cv. Em compensação, o Kwid pesa de 758 kg a 786 kg (dependendo da versão), atribuindo uma relação de até 10,8 kg/cv para ele. Ou seja, qualquer ganho que você conseguir com um remapeamento eletrônico, filtro de ar esportivo e escape, por exemplo, já vai surtir efeito sensível no desempenho do carro (e certamente o consumo vai piorar).

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Se por fora a Renault criou um design que até faz jus a essa proposta de “SUV”, com uma carroceria bem encorpada, por dentro, o Kwid não esconde suas limitações. O espaço interno é estreito. Na frente, dois passageiros maiores se apertam do encosto da porta até o pequeno vão entre os bancos, e atrás estes mesmos ocupantes preenchem bem a fileira do assento. A distância para os joelhos e cabeça atrás não é tão ruim, mas o vidro pequeno prejudica a sensação de conforto.

Além da posição elevada de guiar e fácil superação de obstáculos (o que de fato é verdade, porque a suspensão absorve bem os impactos da via), o preço é o outro pilar que sustenta a estratégia da Renault para o Kwid. A versão de entrada parte de R$ 29.990, o que o torna um dos carros mais baratos do Brasil (perde para o Chery QQ). Pra chegar nesse preço, os caras fizeram economias em equipamentos e adotaram um nível de acabamento bem simplista, inteiramente de plástico rígido no modelo (mas com instalação caprichada para o seu porte).

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Veja abaixo os preços e a lista de equipamentos do Renault Kwid:

Renault Kwid Life – R$ 29.990: dois airbags frontais, dois airbags laterais, freios com ABS, dois pontos de ancoragem Isofix, predisposição para rádio, indicadores de troca de marchas e de condução no painel, rodas de aço de 14 polegadas com calotas.

Renault Kwid Zen – R$ 34.990: adiciona direção elétrica, ar-condicionado, vidros dianteiros e travas com acionamento elétrico, retrovisor interno com função dia/noite, revestimento do porta-malas, tomada 12 Volts, limpador do vidro traseiro, adesivo lateral, rádio com Bluetooth e entradas USB e AUX e dois alto-falantes

Renault Kwid Intense – R$ 39.990: itens da Zen, mais maçanetas na cor da carroceria, retrovisores elétricos, apoio de cabeça para o terceiro passageiro do banco traseiro, computador de bordo, desembaçador do vidro traseiro, faróis de neblina com moldura cromada, abertura elétrica do porta-malas, rodas com calotas Flexwheel, chave canivete e central multimídia Media Nav 2.0 com câmera de ré eu GPS.

Redação
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