Fusca turbo rende bem na pista, acelerando e freando. No frio e com pista molhada, fez um belo tempo em Interlagos!
Veja matéria completa na edição 133 da Revista FULLPOWER.
A Equipe Adrenalina apavorou no show de wheeling, durante o X-treme Motorsports 2011. A próxima edição do evento acontece entre os dias 25 e 27 de Outubro de 2013 no Centro de Convenções Imigrantes, em São Paulo (SP).
Veja mais em http://www.xtrememotorsports.com.br
Para mostrar como funciona a relação peso x potência em um automóvel, eliminamos centenas de quilos de um Punto T-jet — ou adicionamos leveza, se preferir. O carro foi gentilmente cedido pela Fiat, que estava ciente do que aconteceria com seu esportivo durante nossos testes. Inspirados pelo superpiloto inglês Stig (um ex-anônimo que recentemente ganhou os direitos de publicar o livro contando sua história no programa Top Gear, da rede BBC), desmontamos o hatch aos poucos, para ver como um carro muda de comportamento à medida em que “emagrece”. Confira os surpreendentes resultados e, quem sabe, planeje um regime para o seu bólido.
Aportamos em uma pista de Arrancada do interior de São Paulo — que em breve estará pronta para receber a categoria em grande estilo — a bordo do Punto T-Jet de 152 cv. Entre equipamentos para fotografar e filmar, caixa de ferramentas para desmontar e remontar o carro e os ocupantes, marcamos 1.710 kg na primeira pesagem e fomos para a pista de 402 metros. Cinco marmanjos, malas, restos de bolacha, garrafas pet vazias… Ou seja, no melhor estilo “rumo à praia para uma farofada louca”, emplacamos incríveis 17s712 @ 129,94 km/h!
Mas, até aí, era apenas diversão, já que o peso que serviria de base para o teste seria apenas do carro com “nosso” Stig devidamente equipado, ou exatos 1.357 kg. Na pista, esse alívio de 353 kg fez enorme diferença, e marcamos 16s353 @ 137,56 km/h. Com a base de tempo e peso que precisávamos, começamos a dieta para derrubar o placar da pista!
Partimos para a remoção de equipamentos com o mínimo uso de ferramentas: o que era possível pegar na mão e sair andando, como estepe, ferramentas originais (macaco, chave de rodas, fenda e Phillips), tapetes e triângulo. Um “regime” com duração de dois minutos e meio, uma perda de 29 kg! E mais: com a chave Phillips do kit original nas mãos, sacamos a placa dianteira, só por desencargo de consciência. Praticamente eliminamos meia-namorada, ou meia-esposa das bem magrinhas, elegantes. E sabe quanto de tempo ganhamos na pista?! Incríveis 0,1 segundo e 1 km/h de máxima!!! Os 402 metros foram percorridos em 16s207 @ 138,76 km/h. Mas achamos que, por tão pouco, ainda não vale a pena ter meia mulher. Mas não mude de página ainda, tem mais alívio pela frente.
Nosso time estava disposto a eliminar peso de gente grande (entenda, gorda) do T-Jet. Para isso, sacamos da cartola uma caixa de ferramentas profissional e fomos para a briga. Mas não pense que retirar banco, assento e cintos de segurança traseiros, ou mesmo o banco dianteiro do passageiro e forro das portas, é tarefa das mais complexas e demoradas. Em pouco tempo e com apenas chaves Phillips, allen e torx, tudo estava no chão.
Depois de cerca de 20 minutos de mão-de-obra, o cenário melhorou muito: a superbalança apontou a perda de peso bem sucedida de mais 67,5 kg, que pode ser comparada a uma bela mulher abandonando o veículo. Daquelas bem dotadas, altas, que é melhor esconder para seus amigos não cobiçarem. Nesse caso, o mulherão subtraído rendeu um temporal. Emplacamos um belo 15s870 @ 140,11 km/h. Em um total de 96,5 kg eliminados, já percorremos a pista 0,5 segundo mais rápido. Em 402 metros, isso é também conhecido como uma “eternidade”, acredite!
Mas não dava para parar por aí, colocar nossa bagagem no T-Jet e partir. Era preciso ir além. Como nossa equipe já teve a oportunidade de montar e desmontar o modelo em diversas oportunidades no Galpão FULLPOWER (em projetos como Hot Wheels 1:1, Herchcovitch, Mangá…), pensamos: “Por que não tirar as portas do hatch?” Cada uma delas é bem pesada, afinal tem barras de proteção, vidro e máquina para o acionamento elétrico… E a remoção é muito simples: dois parafusos sextavados de 10 mm e outro torx.
Depois de soltar isso é só liberar os conectores que passam fios elétricos para acionamentos de travas, vidros e espelhos e… Pronto! Já que as portas se foram, decidimos remover também a tampa traseira do porta-malas. Afinal, quatro míseros parafusos e dois amortecedores seriam grande desafio. Sem falar nos bons quilos a menos, já que nela há haste e motor do limpador, vidro colado e aerofólio.
Essa dieta foi radical, amigo: perdemos uma mulher tão bem dotada, mas tão bem dotada, que você não apresentaria para a família, amigos e nem inimigos: foram 120 kg para o vinagre! Imagine você com uma “criança” com mais de 100 kg, vestida de noiva, toda produzida, no seu colo, e você dizendo “eu te amo, linda”, com a voz trêmula, pois suas pernas estão enfraquecendo de tanto peso. Pois é: só de porta esse Punto tem tudo isso!
É a hora da verdade. Daí para frente, não tiraríamos mais nada e queríamos saber o veredito. Estávamos com 1.140 kg para mais duas puxadas com o “T-jato-aliviado”. A melhor estampou 15s411 @ 140,28 km/h. Quase meio segundo mais rápido se comparado ao último alívio de peso. Em relação à primeira puxada, estilo farofeiro, são 2s301 de diferença. O peso mínimo do carro, sem piloto, chegou a 1.053 kg. Completão, a Fiat fala em 1.230 kg de carro sem aliviar. Nossa medição apontou 1.270 kg de veículo original. Ou seja, nossa dieta eliminou 217 kg, uma senhora diferença. Se voltarmos ao comparativo feminino, seria uma mulher digna de episódio “A mulher de 500 libras”, no Discovery Channel. E, acelerar um carro sem esse peso, ou mesmo durante a dieta, obriga, inclusive, a mudar a pilotagem para cada situação.
Ao tirar todo esse peso do Fiat, também perde-se tração. Foi preciso mais atenção e técnica, já que bastava encostar o pé no acelerador e ganhar rotação para os pneus dianteiros gritarem e soltarem a fumaça. O sofrimento foi geral, do nosso time desmontando e remontando o carro — sob o sol forte e seco que assolava o interior paulista e praticamente todo o país — e do Punto. Mas, a conclusão e resultado comprovados na prática mostram que: tirar peso pode ser tão bom, ou até melhor, do que aumentar potência e torque!
BEACH KOMBI – Para reviver os anos “surfísticos” de 1960, customizador emprega em kombi visual de época, com estilo e muito luxo
Texto: Giuliano Gonçalves / Fotos: João Mantovani
Em 1963, a banda americana The Beach Boys entrava nas paradas com a música Surfin’ USA e, simultaneamente, o surf explodia ao sul da Califórnia. Nesse período, um carro que brilhava aos olhos dos jovens era a Volkswagen Bus, nossa famosa Kombi: ela transportava com facilidade surfistas, pranchas e afins. Inspirado nos modelos da época, Fernando “Batistinha” Baptista, idealizador da “Kombi Califórnia”, recriou uma versão nostálgica, a qual você dará uma voltinha a partir de agora!
“Escolhemos uma versão de 1965 em excelente estado e aplicamos o que há de melhor em materiais e componentes em sua customização”, afirma Batistinha, ressaltando que foram necessários 18 meses de muito trabalho no projeto. Sentado ao volante, percebe-se o excesso de capricho e cuidado na montagem do interior, a começar pelo revestimento…
Uma olhada para cima e o teto já chama a atenção, coberto com tecido flocado Camel (uma passada de mão deixa clara a exclusividade do material). Tal aspecto se estende ao carpete do assoalho e do porta-malas, nesse caso do tipo Bouclé, segundo Batistinha. Essa parte do projeto é obra da Rallye Design, assim como os bancos revestidos em couro. E, por falar em bancos…
Uma das qualidades da Kombi Califórnia é o conforto a bordo, com dois “sofás” de três lugares (na dianteira e ao fundo do carro) e um par de bancos giratórios no centro: enquanto o motorista se diverte no comando da perua, os passageiros escolhem a melhor posição para passear na traseira. Em todos os acentos — assim como nas laterais de portas —, o couro predomina e exibe costuras exclusivas, todas sugeridas pelo customizador.
Como salientado no início do texto, o estilo replica os modelos de 1960, excluindo terminantemente qualquer tipo de tecnologia. Painel, por exemplo, foi mantido original, apenas com velocímetro e hodômetro. O mesmo vale para alavancas e maçanetas de portas — essas, no máximo, receberam pintura branco pérola. Até mesmo os vidros laterais dianteiros permaneceram corrediços, sem qualquer auxílio para a sua abertura.
Se você teve experiência de pilotagem apenas em carros atuais, a primeira impressão ao guiar essa Volkswagen pode ser, digamos, um pouco assustadora! Além do sistema de freios rústico, o qual exige uma montada com vontade no pedal central (se possível, pise com os dois pés no acionamento), a direção é pesada e revela uma bela folga, “acessório de série” das Kombi. E, por falar em folga, a alavanca de câmbio encontrará a marcha “por osmose” — enquanto você não se familiarizar com o carro, as marchas simplesmente não engatam!
Mas, basta alguns minutos conhecendo a Kombi Califórnia para viajar à década de 60 e perceber o quão divertido foi esse tempo. Nas ruas, os mais velhos simplesmente param o que estão fazendo para reverenciar o modelo e lhe mandar um cumprimento — você encarna o papel de prefeito em época de campanha eleitoral, acenando para todo mundo que vê. Lisa, a lataria torna-se espelho para ajeitar a camisa e pentear o cabelo — nesse caso, a porção inferior da carroceria, na cor Laser Red (vermelha). A parte superior recebeu o pigmento Vanilla Shake, também da fabricante Basf, um teto solar irado do tipo Ragtop e, como não poderia faltar, uma prancha de surf estilizada!
Para ganhar mais elogios diante dessa “imersão ao passado”, Batistinha aplicou um nostálgico jogo de rodas Randar Escarabajo aro 17”, verdadeiro sonho de consumo dos amantes de clássicos Volkswagen. À partir daí, ficam claras as intenções do customizador dessa Kombi Califórnia: resgatar com muito estilo uma década repleta de revoluções, conquistas… E surf!