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Técnica embreagens – como são feitas?

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CARGA MÁXIMA – Acompanhe os processos de fabricação e de controle de qualidade de uma embreagem de competição

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O conjunto de embreagem deve transferir o torque gerado pelo motor para a transmissão. Para que isso ocorra, três peças devem estar acopladas: platô, disco e rolamento de embreagem. O platô está ligado ao volante do motor, o disco é encaixado no eixo do câmbio e o rolamento está montado com o garfo de embreagem — trabalha como elo entre o pedal de embreagem e o restante do conjunto.
Em uma troca de marcha, quando o pedal é acionado, o rolamento comprime a mola membrana, no centro do platô, para separar o disco do platô. Quando isso acontece, o câmbio fica desconectado do motor, permitindo a troca. Quanto maior for a carga da mola membrana e o diâmetro da pista — a peça que empurra o disco no volante do motor —, mais torque a embreagem pode suportar.
O coeficiente de atrito do material de contato empregado no disco também influencia no poder da embreagem. Lona, pastilhas de material cerâmico e material composto — que, além do elevado coeficiente de atrito, suporta alta temperatura —, podem ser empregados na fabricação do disco.
À direita, demonstramos como é o processo de fabricação e os testes para controle de qualidade de uma embreagem de alta performance, detalhando seus componentes. Confira.

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Texto: Teco Caliendo
Fotos: Fabio Arantes

Festival de Arrancada 2012: viaje com a excursão do Rachamania!

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Ainda dá tempo de comprar seu pacote de viagem para o Festival  de Arrancada 2012. Vendido pelo pessoal do Rachamania, o “ingresso”, segundo os organizadores, será especial, em comemoração à 10ª edição da festa do site. Entre os atrativos, destaque para dois camarotes no Autódromo de Curitiba (PR), com direito a DJ, open bar, petiscos… O dia todo! A excursão ainda conta com dois ônibus luxuosos e completões, sorteios de brindes, jantar em churrascaria, hotel com café da manhã e muito mais. Garanta já o seu pacote repleto de diversão e adrenalina!

Para comprar o seu, acesse aqui!

 

Rachamania

 

Arrancada Curitiba

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Nos dias 14, 15 e 16 de setembro, o Autódromo Internacional de Curitiba (AIC) recebeu a final do Campeonato Paranaense e Semifinal da Copa Brasil de Arrancada. O evento reuniu cerca de 150 pilotos, Dragster e Promod com mais de 3.000 cavalos, Marea aspirado com 300 cavalos, Opalão V8… Veja algumas fotos na galeria e não deixe de conferir a matéria completa, com direito a resultados das categorias e seus recordes, nas páginas de FULLPOWER edição 126.

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Saiba o pneu certo para arrancar

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Desde que o americano Marvin Rifchin, fundador da fábrica de pneus M&H, convenceu Don Garlits a trocar os pneus recauchutados com banda lisa, que o piloto usava em seu dragster, pelos slicks criados para circuito oval, a arrancada nunca mais foi a mesma. Naquele final de semana, em meados dos anos 50, Garlits, que se tornou o maior piloto da modalidade, venceu a corrida e foi o primeiro a cruzar o quarto de milha além das 160 mph.
Em 2009, algumas categorias nacionais de Arrancada, denominadas Original ou Street — com carros completamente montados —, sofreram uma revolução similar. Devido à liberação de pneus desenvolvidos especialmente para a modalidade, os tempos têm baixado a cada prova.

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Graças a estes pneus drag, turbinados tração dianteira “de rua”, completamente montados, entram na casa dos 9 segundos com velocidades próximas dos 240 km/h no quarto de milha!

Marcel Falato, piloto de Turbo B, categoria que ainda usa pneus de rua, quebrou o recorde dos Turbo A na pista de Curitiba, ao acelerar pela primeira vez um carro calçado com slick de arrancada, o Gol de Alexandre Silva — na quarta etapa do Paranaense de 2009, ele fez 10s3 a 239 km/h. O piloto comenta a experiência: “Não há comparação com radial de rua. No ‘A’ com slick é só acelerar fundo e trocar de marcha. Com os radiais de rua é preciso ter cuidado, controle absoluto na tocada. De slick, é só aquecer sem dó, ter timing nas trocas e aplicar toda força bruta do motor. Os preparadores ainda estão aprendendo a programar os boosters eletrônicos com essa tração disponível. Os tempos ainda vão melhorar. Há vários vícios dos ‘A’ com radiais, na preparação e na tocada.”

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Os outros também!
A exemplo da Turbo A, a Dianteira Original (DO), Traseira Original (TO), ambas com motores aspirados, e Traseira Turbo (TT) também adotaram pneus de arrancada, porém drag radials de composto de banda macio, mas estrutura rígida, como nos pneus de rua. Os tempos destas categorias já baixaram em 0s 4 e é comum ver turbinados de tração traseira tirando as rodas dianteiras do chão.

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Na montagem, até a largura do aro (tala) influencia no desempenho de um pneu. Como regra geral, a cada polegada extra, o pneu diminui 10 mm em seu diâmetro externo. Com uma tala larga, o flanco (a lateral) fica mais firme e o carro reage melhor no pulo. Bom para carros pesados e os com suspensão. Só que há um detalhe: “esticados”, eles não perdoam erros. Se o carro começa a destracionar é mais difícil controlá-lo — os radiais também têm essa característica. Monte os pneus sem lubrificante ou com os que possam ser limpos facilmente. Prepare-se: exige técnica e paciência.

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Sempre marque os pneus entre sua lateral e o aro, para ver se giram em falso na roda. Tradicionalmente, é usada graxa branca, além de contrastante, dá aquele visual “pintura de guerra”. Caso o pneu gire, é possível “pregá-los” com parafusos soberbo de 3/16” ou adotar as rodas com beadlock, um sobrearo que espreme o pneu na roda — obrigatório em carros que ultrapassam as 200 mph.
O balanceamento da roda deve ser estático nos diagonais. O dinâmico não funciona, porque o pneu diagonal fica com formato de ovo em alta velocidade — com a banda chapada na parte em contato com o solo e afunilada do lado contrário. Mais um detalhe sobre os diagonais: acima dos 240 km/h, eles aumentam o diâmetro externo entre 1” e 1,5” devido à sua construção molenga.

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Todos os fabricantes concordam que, para extrair rendimento máximo dos pneus, é preciso conhecer profundamente reações de carro e piloto. A checagem de pressão em cada passagem é fundamental, sinônimo de consistência: o carro sempre largará com capacidade máxima de tração. Para isso, a calibração é fundamental. Os fabricantes recomendam incrementos de 0,5 libra e sempre na mesma temperatura. Profissionais americanos aplicam ar comprimido completamente livre de água, pois, quando o pneu esquenta, a água vaporiza e altera demasiadamente a pressão.

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Para avaliar a pressão correta, é preciso um piloto metódico e um preparador observador. Marcas deixadas em uma largada dizem muito sobre calibragem. Quando as extremidades da banda estão mais escuras, é sinal de pneu vazio ou de muita transferência de peso da dianteira para traseira, no caso de um tração dianteira. Centro da banda em destaque, a pressão é excessiva, prejudicando o grip. Surpreendentemente, os fabricantes recomendam utilizar o máximo de pressão possível! Aumenta a velocidade no final da reta e facilita o controle direcional.

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Ao contrário da crença popular, o burn-out não precisa ser bomba de fumaça cobridora de pista. Em carros equipados com câmbio automático, o primeiro do dia pode ser longo, depois, sempre mais curtos. Nos câmbios mecânicos dê burn-outs curtos e já alinhe. Muitos destroem os pneus antes do tempo com aquecimentos muito longos. Burn-outs secos, fora da water-box, não ajudam nada, podem até atrapalhar a largada. Hoosier e M/T recomendam: quando você vê fumaça pelo retrovisor, o pneu já está quente. Temperatura ambiente também influencia sempre e, quanto mais frio estiver, mais longo deve ser o aquecimento.
Saiba que a durabilidade está diretamente ligada à sua vontade de fazer fumaça para a galera, capacidade de tração de seu carro e ímpeto de seu pé direito durante a puxada. Pneus slick não têm sentido de rotação, mas cuidado: o radial tem. Faça rodízio para gastar seu pneu drag por igual. A M/T recomenda a cada 25 ou 30 puxadas. Em carros mais potentes, pode diminuir este intervalo. O tread indicator — marca “TWI” no ombro dos radiais e os “furos” na banda dos slicks — mostra quanta borracha ainda resta.

 

Guardá-los encapados, em local protegido de luz (do sol e artificial) e com menos de 5 libras é fundamental para a conservação fora de temporada. Temperaturas extremas, alta ou baixa, ressecam a borracha. Eles também devem ficar longe de motores elétricos ou compressores de ar que, funcionando, liberam ozônio e ataca a borracha. Finalmente: nunca deixe-os montados no carro apoiados no chão, pois deformarão. Fique a salvo e com tração sempre!

Por Teco Caliendo

Fotos Arquivo FULLPOWER

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Segunda etapa do Campeonato Speed Park de Arrancada

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Grandes nomes – O Speed Park, em Franca (SP), reuniu grandes nomes da Arrancada nacional

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A 2ª etapa do campeonato Speed Park de Arrancada 2012, realizado na cidade de Franca, a 400 km da capital paulista, foi realizado nos dias 23 e 24 de junho. Além dos pilotos da região, a etapa contou com dezenas de carros vindos da capital.
Um dos “estreantes na pista francana foi o piloto Hiroshi Abe, que compete com o poderoso Chevy Malibu biturbo, preparado pela Illicit Customs. “Não viemos para competir, a idéia era só fazer uma apresentação, porém a vontade de acelerar falou mais alto e acabamos pulverizando o recorde da categoria, marcando 5s475 nos 201 da pista de Franca”, comemorou o preparador Roberto Moreno, que completa, “A recepetividade do público e o bom grip da pista nos impulsinou para o bom resultado!”.
A terceira etapa do certame está previta para acontecer nos dias 11 e 12 de agosto. Acessfrancaspeedpark.com.br e saiba como participar desta festa.

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Texto: Fabio Felix Pascoal
Fotos: Lucas Assunção

Amazonense de Arrancada – 3ª etapa

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Fim de semana quente – Nos próximos 28 e 29 de julho, o Campeonato Amazonense de Arrancada promete disputas de arrepiar no Amazonas Dragway. Se você pretende acompanhar os pegas de perto, com cerca de 80 carros (e motos), divididos em 14 categorias, a organização dispõe de ingressos a partir de R$ 15 — para atrair a mulherada, o valor de entrada feminino é de apenas R$ 5! O Amazonas Dragway fica na Estrada Iranduba, em Manacapuru, a 15 minutos do centro de Manaus. Informações: (92) 9161 7638.

 

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Copa Brasil de Arrancada segunda etapa

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Tratamento vip – Com 402 metros impecáveis, segunda etapa da Copa Brasil de Arrancada, no Velopark, teve muitos recordes

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Em sua segunda edição, realizada entre 1 e 3 de junho, no Autódromo Internacional Velopark (em Nova Santa Rita, no Rio Grande do Sul), a Copa Brasil de Arrancada mostrou grande crescimento e aceitação por parte de pilotos, preparadores e público. Afinal, ela reuniu 140 carros de todos os cantos do país para duelarem na melhor reta da Arrancada nacional. E, para fazer jus ao título de Melhor Pista de Arrancada do Brasil, a organização caprichou no tratamento dos 402 metros de concreto. “Começamos a preparar a reta na segunda-feira que antecedeu a prova. Ao todo, utilizamos 1.000 litros de VHT (cola para melhor aderência dos pneus) e emborrachamos a pista com cerca de 50 jogos de pneus, a fim de garantir uma arrancada perfeita para os competidores”, revelou Leonardo Garcia, um dos responsáveis pelos cuidados com a reta gaúcha.

Na prática, esse “tratamento vip” se traduziu em uma avalanche de recordes! Uma das categorias que mais aproveitou o tapete de borracha foi a Turbo A, onde os onze primeiros colocados se enroscaram na casa dos nove segundos. “Nunca vi uma pista no Brasil grudando desse jeito! Com isso, foi possível aumentar a pressão nos carros e os recordes apareceram”, comentou o preparador Carlos Eduardo Nascimento, da preparadora paulista Kadu Racing. Ele garantiu primeira, segunda e quarta colocações e também o recorde da Turbo A.

Também entre os turbinados de Tração Dianteira, destaque para Ivan Costa Silva, preparador e piloto da equipe paulista Motor Power: ele acelerou seu Gol categoria Turbo C — munido de carburador 3E e um diminuto turbo — aos 223 km/h, em estúpidos 11 segundos baixos. A próxima etapa da Copa Brasil acontece em Curitiba, nos dias 6, 7 e 8 de julho.

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O Chevette de Fabricio Chicon da Silva abocanhou a quarta colocação na categoria Traseira Turbo. Seu melhor tempo no quarto de milha foi de 10s429, passando no final da reta a 226 km/h. Acima, você confere o propulsor do pequeno bólido: um motor original do Chevettão, equipado com turbo, watercooler e injeção eletrônica, com cerca de 500 cavalos!

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O piloto catarinense Airton Carraro é uma das promessas da FLD. Seu Gol, equipado com motor AP 20V, supera os 1.000 cv. Com apenas duas provas realizadas com o carro, a equipe garantiu a terceira colocação na Força Livre Dianteira e cravou 9s409 a 243 km/h. “Andamos com pressão de turbo baixa e carro tem muito a evoluir”, revela Jaques, o preparador.

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Para o piloto catarinense João Daniel Chudzy, a etapa serviu como um treino. “Vir para o Velopark foi ótimo: prova bem organizada e pista muito boa, grudando mesmo! Minha participação foi discreta, pois ainda estamos acertando carro e piloto. Desde que mudamos de preparador fizemos apenas oito puxadas com esta Saveiro”, conta Chudzy. o piloto da Saveiro Turbo B preparada pela gaúcha MB Racing

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Após o acidente com seu Vectra FLD na etapa do Gaúcho, também no Velopark, o piloto Jader Krolon assumiu as rédeas de um poderoso Gol da equipe Branco Motors. Ele faturou a primeira colocação na prova e assumiu a liderança do campeonato. Jader foi um dos poucos a entrar na cobiçada casa dos oito segundos nesta etapa: 8s785, a 271 km/h!

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O cearense Isaac Vasconcelos fez sua estreia no Velopark. “Ainda temos muito que melhorar. Carro e piloto não estão totalmente sincronizados, mas o aprendizado foi grande. Para as próximas provas os tempos despencarão”, promete o piloto de Fortaleza (CE), que compete com um Gol com motor AP 16V turbinado, preparado pelo time da paulista Espaço Motor.

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A equipe capixaba Rev It Up apareceu com um Honda LX (acima) equipado com um poderoso motor K-24 aspirado. Mesmo com o carro fora do regulamento, o bólido apelidado de “Num pode” virou 11s4.

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COMO MANDA A TRADIÇÃO

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Ford 1932 é transformado em legítimo hot rod Hi-Boy: motor V8 302 forte para as retas, acabamento gringo e estilo de sobra

Quem leu a matéria de capa da FULLPOWER 119 conheceu um pouco da história dos Ford Mustang e Chevrolet Camaro, muscle cars responsáveis por mudar o mercado de automóveis dos Estados Unidos na década de 1960. Mas, antes destes dois ícones ganharem as largas avenidas e highways da terra do Tio Sam, um tipo de veículo já fazia a cabeça de muitos norte-americanos desde meados da década de 1930: os hot rod.

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Desenvolvido por aficionados por velocidade, um hot rod tem conceito relativamente simples: instalar em um chassi antigo o maior e mais potente V8 possível em sua dianteira, além de retirar partes “desnecessárias” da carroceria do veículo para reduzir peso. Simples assim. Tudo para, na época, realizar competições ilegais de 1/4 de milha (402m) em rodovias e nos desertos de sal nos Estados Unidos.

Os Hot Rod viraram uma febre e este tipo de veículo (bem como as competições ilegais) cresceu tanto que, em 1937, foi fundada a SCTA  (Southern California Timing Association, ou Associação de Tempos do Sudeste da California), para aprimorar e legalizar as competições que posteriormente se transformariam nas tradicionais provas de Arrancada.
O tempo passou, mas  o apelo totalmente “bad boy” deste tipo de automóvel ficou marcado na imaginação de milhares de pessoas por várias gerações. É o caso de Marcos Balsamão, proprietário deste Ford 32 Hi-Boy.  Embora seja fiel à tradição, o hot rod de Balsamão leva uma pitada de modernidade em sua receita, além de muitos detalhes para deixar sua aparência impecável.
Restaurado e preparado pela Street-1, este Ford levou cerca de um ano para ficar pronto — afinal, trabalhos como esse são artesanais. No decorrer do processo, o modelo recebeu uma enorme lista de componentes “premium”. O motor V8 302” (5.0), por exemplo, é alimentado por um carburador quadrijet Holley de 650 cfm, montado em um coletor Edelbrock.
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O comando de válvulas é um Isky de 268o na admissão e escape, as polias foram feitas em alumínio, a parte elétrica utiliza todos os componentes da MSD, o escapamento 8×2 recebeu tratamento de cerâmica… A somatória de todos esses cuidados (e muitos outros), de acordo com Marcelo Pinhas, proprietário da preparadora, resultou na produção de 350 cavalos de potência!

*Motor V8 302 aplicado no Ford 32 é repleto de mimos. Toda a parte elétrica é controlada por componentes MSD, como módulo, distribuidor e cabos de vela. Novo radiador com ventilador incorporado é totalmente de alumínio, assim como as tampas de válvulas e o scoop do carburador. E a lista de itens especiais parece não acabar: todas as mangueiras são do tipo Aeroquip, escapamento tem banho cerâmico, alternador é cromado… O visual do conjunto condiz com o estilo da carroceria!
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Mas, se você quer andar voando nas estradas ou pistas nos dias de hoje, procure um VW AP turbo, uma Ferrari, um Nissan GT-R e deixe este hot estacionado na frente de um dos melhores barzinhos da cidade. Embora acelere com vontade quando o pedal do acelerador é maltratado, tudo neste Ford 32 é extremamente refinado e bem cuidado em um nível acima do comum. Observe as fotos dessa matéria com atenção e confira a quantidade enorme de detalhes existentes em cada ângulo, soldas, parafusos, cores… Não há falhas! E o interior segue o mesmo padrão da área externa, com a tapeçaria perfeitamente encaixada, com direito até mesmo a moldura do painel de instrumentos feita à mão.

Hot Rod Ford 32 interior com tapeçaria perfeitamente encaixada, moldura de painel de instrumentos feita à mão, câmbio automático...Hot Rod Ford 32 interior com tapeçaria perfeitamente encaixada, moldura de painel de instrumentos feita à mão, câmbio automático…
TÚNEL DO TEMPO
Ao entrar no Ford, a primeira sensação é estranha — leia “com ergonomia ruim”. As pernas ficam em posição um pouco cansativa, o cinto subabdominal não passa segurança, embora o volante esteja na distância ideal para meus 1,79 m. Ao ser ligado, o Hot dá uma saudação com um discreto (porém, grave e inconfundível) som de V8, convertendo gasolina em música de qualidade e risadas instantâneas.
Com o câmbio automático em “drive”, o modelo demanda diversas manobras para entrar na pista (o diâmetro de giro é enorme) e iniciar o passeio, mas necessita de poucos momentos para exibir suas virtudes. Vento e sol no rosto, diversos cheiros normalmente não sentidos, o som do motor no modo “surround”… A experiência é agradável. Ele faz o motorista se sentir “cool” e apoiar o braço esquerdo na porta  instantaneamente para seguir com o lento desfile. Ao passar por um grupo de pessoas que parou a caminhada para observá-lo, o Ford 32 saudou-os com uma acelerada. Uma senhora que passava na rua fez cara de desagrado, mas tudo bem: o motorista já se sente um pouco “bad boy”. Essa é a sensação de dirigir um legítimo hot rod.
Embora a concepção deste Ford seja antiga, o modelo conta com freios modernos: discos ventilados na dianteira e tambor na traseira. Mesmo com certa hesitação no início da frenagem, o modelo perde velocidade rapidamente. A suspensão, surpreendentemente, oferece bom nível de conforto e estabilidade.
Segundo Marcelo Pinhas, proprietário da Street-1, um dos maiores destaques de um hot rod é a sua exclusividade. “Este estilo de carro dá satisfação pessoal, pois você não o adquire em qualquer lugar. Além disso, vira pescoços onde quer que passe”, explica Pinhas. Outro detalhe importante do automóvel é a sua ampla possibilidade de customização: é praticamente impossível um hot rod ficar igual a outro. Exclusividade e estilo são os números deste tipo de veículo.

Peugeot RCZ – Impressões ao dirigir

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Peugeot RCZ chega ao mercado brasileiro esbanjando estilo e boa dirigibilidade por R$ 129.900. Seu motor é 1.6 16V Turbo

“Essa traseira lembra um pouco a do Audi TT”, diz um. “Olhando de lado, lembra um pouco o 350Z”, diz outro. “Esses arcos de alumínio são sensacionais. E olha o formato do teto, que louco!”, afirma o terceiro. Na roda de amigos em que eu me encontrava, o desenho diferenciado do Peugeot RCZ era só elogios. Se a intenção da marca era criar um veículo com design estonteante, ao menos nesse grupo de pessoas, o resultado foi positivo. Mas, aí veio a inevitável pergunta: “Ele acelera muito, não é?”. Era chegada a hora de explicar que nem tudo é perfeito…
Equipado com motor 1.6 16V THP (“turbo de alta pressão”) e câmbio automático de seis marchas (mesmo conjunto utilizado no SUV 3008, porém, com novo ajuste para gerar mais rendimento), o RCZ agradará quem está acostumado a dirigir veículos populares, mas não empolga quem já guiou máquinas um pouco mais fortes. Seu propulsor gera 165 cv e 24,5 kgfm de torque, suficientes para lançá-lo aos 100 km/h em 8s4 e atingir 213 km/h de máxima, segundo a fábrica.
Na prática, ao “solar o pé” no acelerador, o cupê acelera com eficiência e o torque é bem distribuído em uma ampla faixa de rotação. As trocas de marcha são realizadas em tempo satisfatório, mas sem qualquer apelo à esportividade e ninguém sai do RCZ falando de “corpo colado no banco” ou “ronco alucinante” — ele sequer tem borboletas para trocas de marchas no volante. É discreto e comportado, apesar do visual.
Um pouco menos empolgados, os amigos vasculhavam detalhes do modelo e perguntaram sobre a dirigibilidade e a estabilidade, um dos pontos positivos do RCZ. Conto que o conjunto de suspensão e pneus sofre nas ruas esburacadas e irregulares de São Paulo. O carro é muito firme e, por isso, vai bem na hora de contornar curvas “a milhão”, mesmo com o controle de estabilidade desligado. Apesar de ter tração dianteira, anda plantado no chão e passa boa dose de confiança para o motorista. Os freios também agradam.
No interior do modelo francês, o espaço é amplo para dois ocupantes, embora os assentos traseiros sejam praticamente inutilizáveis.
O acabamento interno é primoroso e o destaque vai para o painel de instrumentos, além do relógio analógico no painel central, ambos com grafia moderna. Sistema de som, alavanca do câmbio e até mesmo o computador de bordo, entretanto, podem ser encontrados em outros modelos menos finos da marca, o que tira parte de seu prestígio.
Quatro airbags, aerofólio com acionamento manual, assentos esportivos, ar-condicionado, direção hidráulica, freios ABS, ESP, sensor de estacionamento, rodas de aro 18” com pneus 235/45, hill assist, sistema de som… Essa lista de equipamentos de série do RCZ trouxe logo outra pergunta importante: “e o preço?” O Peugeot custa R$ 129.900, quantia que pode ser analisada por duas vias. A primeira: trata-se de um valor muito alto por uma marca sem tradição esportiva no Brasil. Segunda: é uma barganha frente aos R$ 218.050 cobrados pelo BMW Z4 sDrive23i, que utiliza um 2.5 6 cilindros aspirado de 204 cv e 25,5 kgfm de torque, e também aos R$ 215.000 necessários para colocar na garagem um Audi TT, cujo motor 2.0 turbo gera 211 cv e 28,5 kgfm de torque.
O RCZ tem uma proposta interessante, mas certamente merece um upgrade para ficar com o desempenho a par de seu visual. É provável que um pouco mais de pressão de turbo (ou um caracol maior), aliado à nova calibração de injeção, novo intercooler e escapamento, por exemplo, possam elevar essa potência, o que o tornaria muito mais interessante. Com o motor rendendo algo em torno de 200 cv e 30 kgfm de torque, certamente o modelo francês ficaria (quase) tão emocionante quanto seu visual!

Motor Ford 1.0 supereconômico

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A Ford anunciou o início de produção do 1.0 Ecoboost. O menor motor produzido até hoje pela montadora já havia sido apresentado no conceito Ford Start e exposto durante o salão do Automóvel de São Paulo no ano passado. Com apenas três cilindros e uma transmissão automática de oito marchas, o pequeno motor é grande em tecnologias a favor da economia de combustível! Com novo desenho de virabrequim e avançado sistema de arrefecimento, que aquece o bloco antes da cabeça dos cilindros, o consumo de combustível será reduzido principalmente em dias mais frios, segundo a fabricante. Além disso, a adoção de um turbo compressor, injeção direta, duplo comando de válvulas (Ti-VCT) e um novo sistema de exaustão permitirão que o motor gire mais, alcançando melhores taxas de mistura ar/combustível. O “mero” 1.0 ainda está em fase de calibração. Mas, de acordo com a Ford, promete render tão bem quanto um 1.6 à gasolina aspirado. Bem interessante, não?